De uma forma geral, a Black Friday 2023 amargou o segundo ano consecutivo com queda no volume de vendas. Porém, é preciso destacar as principais percepções da data, bem como categorias e produtos Black Friday mais vendidos neste ano.
Um importante insight é que o fluxo de consumidores aumentou nas lojas físicas, o que foi muito bom para os pequenos e médios varejistas.
Houve ainda uma crescente nas taxas de recompra e nos pagamentos pelo Pix. O consumidor também investiu bem na categoria de eletroeletrônicos e informática, cujos itens da Black Friday ficaram entre os mais vendidos no período.
A seguir, vamos detalhar todos esses dados e revelar como foi o desempenho da campanha de 2023. O que deu certo, o que não deu e os produtos Black Friday mais vendidos.
Fluxo de consumo
Já, já vamos falar do faturamento e dos itens Black Friday mais vendidos neste ano. Antes, queremos chamar a sua atenção para a importância do varejo físico durante a campanha mundial de ofertas.
Todo mundo sabe que o grande foco da Black Friday é o e-commerce. É no varejo online que se concentra a maior parte das vendas durante todo o período promocional. No entanto, o varejo físico tem se destacado muito.
De acordo com o estudo Índices de Performance do Varejo (IPV), o fluxo de clientes nas lojas físicas cresceu 10,5% durante a semana da Black Friday 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Quando a pesquisa filtra o movimento de lojas localizadas dentro de centro comerciais, como shopping centers, a alta registrada foi de 6%.
O volume de vendas também foi maior. Houve um crescimento de 14% nas lojas de rua e 11% em lojas de shopping.
Em outro estudo, desenvolvido pela Neotrust, se destacam os pequenos e médios lojistas na Black Friday. Para especialistas, esses modelos de negócios se adequaram à ideia da Black e souberam atender as necessidades do consumidor.
Em termos de faturamento, a tabela com os dados da pesquisa mostra que o médio varejista faturou 18,2% a mais com as vendas em relação à edição passada. O pequeno lojista teve crescimento de 8,8%. Em contrapartida, as grandes varejistas caíram 22%.
O ticket médio adquirido com os gastos na Black Friday registrou aumento em todos os setores:
- Pequeno varejo: 10,1% (R$ 412,8)
- Grande varejo: 9,7% (R$ 812,2)
- Médio varejo: 4,6% (R$ 379)
Top Black Friday mais vendidos
As categorias de produtos que mais foram vendidas neste ano foram eletrodomésticos, eletrônicos, telefonia, moda e acessórios e móveis.
Se a gente pegar o levantamento feito pela Promobit – plataforma de ofertas online – é possível concluir que os produtos Black Friday mais vendidos foram aqueles com mais ofertas divulgadas.
De acordo com os dados, as ofertas dos produtos mais desejados da Black Friday chegaram a 9.681. Esse volume foi 24% maior do que o registrado no ano passado. Considerando apenas as ofertas do dia 24 de novembro, os destaques foram:
- Produtos de informática;
- Smartphones e tablets;
- Produtos eletrônicos, de áudio e vídeo;
- Vestuário e calçados masculinos;
- Eletroportáteis;
- Perfumes e produtos de beleza;
- Utensílios domésticos;
- Games;
- Produtos de supermercado;
- Móveis.
A plataforma também fez um ranking dos produtos com maior oferta para a Cyber Monday, que foi na segunda-feira seguinte à Black Friday, dia 27 de novembro. As melhores ofertas foram para:
- TVs;
- Smartphones;
- Roupas masculinas;
- Calçados masculinos;
- Teclado e mouse;
- Monitor;
- Fone de ouvido;
- Playstation 4;
- Calçados femininos;
- Caixa de som.
Dados gerais Black Friday 23
Infelizmente, a Black Friday 2023 não alcançou o faturamento e volume geral esperado no comércio eletrônico.
De acordo com reportagem da InfoMoney, baseada nos indicadores do tema, da meia-noite do dia 23 (quinta-feira) até as 23h59 de domingo foram 8,2 milhões de pedidos, queda de 16,3% em relação a 2022.
Ainda que o ticket médio tenha crescido, o faturamento do e-commerce foi R$ 5,2 bilhões, representando uma queda de 14,6%. O faturamento esperado era de quase R$ 8 bilhões.
Agora, o que chama muito a atenção é que as ofertas divulgadas durante um “esquenta Black Friday” surtiram muito mais efeito no consumidor. De acordo com a NielsenIQ Ebit, as compras finalizadas na quinta-feira apresentaram alta de 19,8%.
Fôlego nas plataformas
As compras feitas por aplicativos durante a Black Friday também se sobressaíram. Dados da AppsFlyer mostram que no Brasil o acréscimo foi de 12% na modalidade.
O país ficou em quarto no ranking mundial atrás apenas de Reino Unido (22%), da França (18%) e Estados Unidos (13%). Considerando o total de gastos do consumidor no mobile commerce, o Brasil lidera a lista:
- Brasil – representa 22% dos gastos na Black Friday;
- Estados Unidos – representa 19% dos gastos na Black Friday;
- França – representa 19% dos gastos.
Por falar em plataformas, o Pix é de longe uma grande estrela da Black Friday 2023. Conforme o relatório da Wake, que pode ser baixado gratuitamente, o uso da ferramenta de pagamento instantâneo teve aumento de 65% na Black.
A preferência por usar o cartão de crédito sem parcelamento também se destacou. O aumento foi 71,8% ante a Black Friday 2022.
As transações feitas por dispositivos móveis tiveram 64% da preferência do consumidor na hora de pagar as compras realizadas. O WhatsApp foi o canal de atendimento mais utilizado, com 88% dos acionamentos.
Taxa de recompra
A taxa de recompra foi de 4,38%, ou seja, mais consumidores voltaram a comprar das mesmas lojas durante a Black Friday. O indicador demonstra que a experiência do consumidor faz toda a diferença no atendimento.
O que deu certo?
Empresa que não oferece descontos reais, não garante espaço na Black Friday. As marcas que anteciparam as promoções e deram mais desconto em produtos selecionados tiveram sucesso na edição.
A maior fashiontech da América Latina, Dafiti, chegou a oferecer até 80% de desconto no catálogo. A promoção atingiu até produtos de etiquetas selecionadas.
A Riachuelo, por outro lado, investiu pesado em live commerces realizadas durante todo o mês de novembro até a semana da Black Friday. As lives trouxeram ofertas relâmpagos em diversas categorias. Houve ainda a política de menor preço garantido dos últimos 60 dias.
O Burger King apostou na fidelização dos clientes. A grande ação de Black Friday foi focada no programa de fidelidade Clube BK. Até o dia 26 de novembro, os consumidores puderam resgatar combos com refrigerante por menos da metade dos pontos no app.
A promoção foi chamada de “Toma essa Black na Black do BK”. A plataforma permitiu ainda a troca de 150 pontos por recompensas surpresas nas lojas.
Atenção, lojistas de produtos pet e agroveterinário! A rede Petlove também fez lives commerce durante a campanha de Black Friday com condições exclusivas para os clientes que acompanharam as lives.
As ofertas chegaram a 80% de desconto, incluindo itens pet e produtos de higiene, beleza e alimentação. Num primeiro momento, as ações foram focadas em cães. Em outros dias, em felinos.
Hora de analisar e reconsiderar!
Esses foram apenas alguns exemplos de ações que se destacaram na Black Friday 2023. Para superar as expectativas de venda, o lojista precisa:
- Antecipar as ações promocionais;
- Oferecer ofertas reais;
- Inovar nas estratégias de vendas;
- Fidelizar a clientela;
- Oferecer a melhor experiência possível.
E você? Consegue analisar o que deu certo e o que deu errado na sua loja? Já conseguiu identificar os produtos Black Friday mais vendidos no seu negócio?
Esse é o momento de fazer um balanço de tudo isso e analisar o desempenho da loja na Black Friday 2023.
Com esses dados em mãos, você vai conseguir identificar falhas e acertos, reconsiderar uma estratégia que porventura não foi aplicada e melhorar os resultados para o ano que vem. Conto com você para concluir essa tarefa, hein?
Até a próxima!
- Conteúdo desenvolvido pela Universidade Martins do Varejo – UMV.