Caro lojista, hoje o assunto é um tema essencial para o bom desempenho de uma empresa: o capital de giro. Vamos dizer que ele está para o seu negócio assim como o oxigênio está para a vida. E isso não é exagero.
Se você trabalha com compra e venda de bens e serviços, saber o que é capital de giro é vital. O capital de giro é o dinheiro que uma empresa precisa para financiar suas operações externas. Ou seja, é com ele que você paga fornecedores, salários, aluguel e outras despesas correntes.
Quando uma empresa não tem capital de giro suficiente, ocorre o que os economistas chamam de “problema de liquidez”. Na prática, esse conceito indica que não há dinheiro suficiente para pagar as contas em dia.
Isso pode acarretar, por exemplo, diminuição da confiança, atraso no pagamento de fornecedores, multas e juros. Em uma situação extrema, a insuficiência de giro de caixa pode levar a empresa à falência. Vê como é vital?
No Brasil, 43% das pequenas indústrias têm capital de giro insuficiente. Não precisamos nem dizer que temos uma baixa taxa de sobrevivência nesse setor.
Por outro lado, saber o que é capital de giro ajuda a identificar se há excesso de recurso em caixa. E isso não é bom? Bem, caso você tenha dinheiro parado, saiba que está perdendo oportunidades de crescer e aumentar os lucros.
Logo, compreender esse assunto torna-se fundamental para manter um negócio saudável e viável.
O que é capital de giro?
O capital de giro é uma medida financeira. Ela indica a velocidade com que o capital de uma empresa está sendo convertido em vendas. Em outras palavras, mede a eficiência da empresa em gerar receita com seus recursos financeiros.
Logo, ao entender o que é, é possível avaliar a eficiência operacional da sua loja. Consequentemente, você tem condições de tomar decisões para melhorar a sua rentabilidade.
Quando o capital de giro é alto, isso significa que há uso dos recursos financeiros de forma eficiente. Logo, sua empresa gera mais vendas e aumenta o seu lucro.
Por outro lado, um baixo capital de giro pode indicar que a empresa está com problemas de liquidez. Esse cenário também alerta para ineficiências operacionais.
Em resumo, acaba sendo o montante de dinheiro que sua empresa usa para investir nas atividades operacionais. Esse investimento pode ser, entre outras coisas, em compra de matérias-primas, pagamento de salários e despesas com energia, água etc.
Qual é o objetivo do capital de giro?
Como falamos acima, ter um capital de giro adequado é fundamental para evitar problemas de liquidez. É esse recurso que garante à sua empresa a capacidade de honrar os compromissos financeiros em dia.
Além disso, um bom gerenciamento pode trazer vantagens competitivas. Dessa forma, você consegue oferecer prazos mais longos de pagamento aos clientes ou negociar descontos com os fornecedores.
É importante lembrar que o capital de giro não se refere aos ativos permanentes da empresa. Realmente, não se trata de quanto valem imóveis e equipamentos. Envolve exclusivamente o dinheiro para manter as atividades operacionais em funcionamento.
Logo, o objetivo principal é garantir a continuidade das empresas. Tenha sempre em mente que ele trata do que é necessário para financiar despesas diárias.
Como fazer o capital de giro?
É preciso seguir alguns passos importantes:
1. Identifique todas as despesas da empresa. Aqui entram pagamento de fornecedores, aluguel, impostos, salários, entre outros.
2. Analise o ciclo operacional da empresa. Nesse caso, considere o tempo que leva para converter os recursos investidos em atividades da empresa. Essas atividades envolvem matérias-primas, mão de obra e outros insumos em produtos ou serviços que podem ser vendidos.
3. Calcule o prazo médio de recebimento. É o tempo que a empresa leva para receber o pagamento pelos seus produtos ou serviços.
4. Calcule o prazo médio de pagamento. Logo, o tempo que a empresa leva para pagar suas obrigações financeiras, como fornecedores, impostos e salários.
Com essas informações em mãos, você está pronto para determinar o capital de giro necessário para a empresa. O passo seguinte está em fazer cálculos.
É preciso subtrair o prazo médio de recebimento do prazo médio de pagamento. Depois, deve-se multiplicar o resultado pelo valor médio das despesas diárias da empresa.
Se o resultado for positivo, significa que sua empresa tem um saldo positivo de capital de giro. Se for negativo, a empresa precisará de recursos financeiros adicionais para manter suas operações em funcionamento.
Para aumentar, há diversas estratégias que podem ser adotadas. Uma delas é renegociar prazos de pagamento com fornecedores. Você ainda pode buscar financiamentos de curto prazo ou investimentos de longo prazo.
Mas, lembre-se: o importante é manter um controle efetivo sobre o capital de giro da empresa. Só assim você garante saúde financeira e competitividade no mercado. Sendo assim, continue por aqui para aprender mais sobre o tema.
Quais são os tipos de capital de giro?
Há o capital de giro próprio e o de terceiros. Conhecer o que é cada tipo também é importante para a tomada de decisões na empresa.
Capital de giro próprio é o capital que a empresa já possui em caixa ou em bens líquidos. São exemplos os estoques e contas a receber. Esse capital é formado por recursos próprios da empresa. Ou seja: não há necessidade de recorrer a empréstimos ou financiamentos externos.
Já o capital de giro de terceiros é obtido através de empréstimos ou financiamentos. Esse tipo de capital pode ser obtido através de instituições financeiras, fornecedores ou outras fontes de financiamento. Pois é, dinheiro emprestado também conta.
O capital de giro de terceiros, por sua vez, pode ser dividido em duas categorias:
- Curto prazo: obtido através de empréstimos ou financiamentos de curto prazo, geralmente com prazo de pagamento de até um ano. É utilizado para financiar despesas operacionais diárias, como pagamento de salários, compra de insumos e pagamento de contas.
- Longo prazo: obtido através de empréstimos ou financiamentos de longo prazo, geralmente com prazo de pagamento superior a um ano. É utilizado para financiar investimentos como aquisição de equipamentos, expansão de instalações e desenvolvimento de novos produtos.É importante que a empresa analise cuidadosamente a sua situação financeira antes de buscar capital de giro de terceiros. Avalie o impacto das taxas de juros e prazos de pagamento nas suas operações e no seu fluxo de caixa.
Quanto uma empresa deve ter no capital de giro?
Não há um valor padrão para o capital de giro de uma empresa. Cada negócio é único e possui necessidades diferentes em termos de fluxo de caixa e gastos operacionais.
Por isso, insistimos que é importante ter em mente o que é. O capital de giro é o valor que a empresa precisa para manter suas operações funcionando no curto prazo. É o dinheiro que você tem em caixa para pagar suas contas, salários, fornecedores, entre outros gastos essenciais.
Para determinar o capital de giro adequado à sua empresa, é importante levar em consideração alguns fatores. Um deles é o setor em que ela atua. Você ainda precisa considerar a sazonalidade do negócio, o ciclo de vendas e as despesas fixas e variáveis. Além disso, coloque na conta projeções de vendas e despesas para os próximos meses ou anos.
O giro de capital pode ser calculado dividindo-se o valor das vendas pelo valor médio dos ativos da empresa. Quanto maior for o resultado, maior será a eficiência da empresa em transformar seus recursos em vendas.
É importante lembrar que o cálculo pode variar de acordo com o setor em que a empresa atua. É preciso ainda levar em conta outras medidas financeiras para uma análise completa da situação financeira da empresa.
Considerado pai da administração moderna, Peter Drucker tem o conselho ideal para o assunto de hoje. “O sucesso de uma empresa não é determinado pela sua capacidade de obter lucro, mas pela sua capacidade de gerar fluxo de caixa positivo”, afirma.
Desse modo, não descuide do giro de capital. Ele depende de ações que, inclusive, já abordamos em outros conteúdos aqui no blog. Depende de planejamento financeiro, de fluxo de caixa, da boa gestão de estoque.
Fundo de reserva x Capital de giro
Antes de encerrar, deixamos mais uma dica. Você sabia que o fundo de reserva faz parte do que é o giro de capital? Então anote aí: crie um fundo de reserva para a sua empresa. Esse recurso vai ajudá-lo a evitar empréstimos em situações de imprevisto ou crises.
O fundo de reserva neste caso é constituído por uma porcentagem do lucro líquido da empresa. Ele deve ser separado do capital de giro utilizado no dia a dia do negócio.
O tamanho do fundo de reserva deve ser proporcional ao tamanho e ao ramo de atividade da empresa. Normalmente, é calculado em uma porcentagem do faturamento mensal ou anual da empresa. Desse modo, pode variar de 5% a 20%.
Além disso, é importante que a empresa tenha uma política clara para a constituição e a utilização. Para ser útil, o fundo precisa ser usado de forma consciente e planejada.
Portanto, defina o objetivo e o tamanho desse fundo, levando em consideração as particularidades de seu negócio. Em seguida, crie uma rotina de contribuição, separando uma porcentagem do lucro líquido mensal ou anual da empresa.
Por fim, monitore constantemente o fundo de reserva do capital de giro. Você deve atualizá-lo sempre que necessário. Afinal, ele deve atender às necessidades da empresa em momentos de crise ou dificuldades financeiras.
Agora que você já sabe tudo sobre o tema, o momento agora é aplicar essas informações. Esse conceito vale para empresas de todos os portes, seja micro, pequena, média ou grande.
Capital de giro é o oxigênio de quem trabalha no ramo de compra e venda de bens e serviços. Não se esqueça!
- Conteúdo desenvolvido pela Universidade Martins do Varejo – UMV.