Você sabe como manejar o estoque mínimo e como calculá-lo com eficiência? Esse é um dos maiores desafios no varejo, pois nem sempre é fácil manter um estoque de prevenção suficiente.
Com tantas situações para contornar e operações para controlar diariamente, o lojista acaba deixando de acompanhar o mix. Quando menos se percebe, um produto está em falta e a venda é perdida.
O estoque mínimo é necessário para evitar rupturas e para manter um bom gerenciamento da loja. Hoje nós vamos entender como calcular esse estoque e colocar em prática no ponto de venda.
Estoque mínimo e o varejo
O estoque mínimo é a quantidade mínima de itens de um produto que deve ficar disponível na loja para a venda. Essa quantidade deve ser mantida pelo varejista antes de ser necessário abastecer o estoque novamente.
Ou seja: vendeu tudo o que estava no armazém e está repondo a prateleira com o estoque mínimo? Então é hora de fazer uma nova compra do produto ou categoria para que a mercadoria não falte.
Manter um estoque mínimo adequado garante um bom funcionamento do comércio e evita que os clientes encontrem uma prateleira sem reposição – circunstância que já sabemos que impacta negativamente na satisfação do consumidor.
Se o cliente vai até a loja à procura de um produto e não o encontra, ele pode buscar no seu concorrente. Além de perder a venda imediatamente, a lealdade do cliente à loja corre sérios riscos de ser comprometida.
Benefícios para o varejo
Otimização
Manter o estoque mínimo também ajuda a evitar excesso de produtos armazenados, liberando espaço físico e capital para outras mercadorias com maior rotatividade. Essa prática funciona principalmente para as lojas menores, com espaço de armazenamento no limite.
Fluxo de caixa
Contar com nível mínimo de produtos evita que o dinheiro fique preso em mercadorias que podem ter menos saída nas vendas. Consequentemente, você vai melhorar o fluxo de caixa e conseguir investir em outras áreas do negócio se for do interesse.
Eficiência
O cálculo correto do estoque mínimo dá mais eficiência ao negócio, uma vez que o gestor consegue planejar melhor as compras, negociar prazos e condições mais favoráveis junto aos fornecedores e representantes comerciais.
Esse combo só pode resultar em duas coisas: mais economia, melhor margem de lucro.
Perdas
O estoque mínimo também se faz necessário para quem vende produtos perecíveis. Mercadorias com prazo de validade curto, se mantidas em excesso, podem se deteriorar antes de serem comercializadas, acentuando as perdas da loja.
Calculando o estoque mínimo
Para você conseguir definir o estoque mínimo de uma categoria ou produto, vai precisar considerar o consumo médio diário e o tempo que você leva para fazer a reposição.
Ao colocar na calculadora ou no papel, podemos considerar a seguinte fórmula para o cálculo:
Estoque mínimo = consumo médio por dia x tempo de reposição
O consumo médio, então, é a quantidade de unidades vendidas por dia de um determinado produto. Para determiná-lo, é muito importante contar com relatórios de vendas confiáveis e chegar em uma média de itens.
Já o tempo de reposição é aquele necessário para que um novo pedido de produtos chegue ao estoque após a compra ser validada. Ele depende bastante da logística de entrega e varia de fornecedor para fornecedor.
Exemplo:
Vamos supor que você precisa calcular o estoque mínimo de sacos de cimentos. A venda diária é em torno de 20 produtos e o prazo que você leva para receber uma nova remessa depois de fazer o pedido ao fornecedor é de cinco dias.
- Consumo médio diário: 20 sacos
- Tempo de reposição: 5 dias
- Cálculo: Estoque mínimo = 20×5 = 100 sacos
O estoque mínimo de cimento para a sua loja deverá ser 100 sacos. Quando o estoque atinge esse número, sua loja precisará fazer uma nova compra para manter o abastecimento do produto.
Estoque de segurança
Há quem ainda considera nessa conta um estoque de segurança, que é aquela quantidade adicional de produtos mantida em estoque para cobrir variações inesperadas na demanda ou atrasos no tempo de reposição.
Como o próprio nome já diz, ele é uma segurança a mais para o lojista não ficar desguarnecido em caso de qualquer imprevisto.
Para esses casos temos o seguinte cálculo:
Estoque mínimo = consumo médio por dia x tempo de reposição + estoque de segurança
Exemplo:
Vamos considerar o mesmo exemplo da loja de material de construção. Se a venda diária de sacos de cimento gira em torno de 20 produtos e o prazo que você leva para receber o pedido é de cinco dias, temos um estoque mínimo de 100 unidades, certo?
Se você desejar adicionar um estoque de segurança de 20 unidades, o estoque mínimo total seria de 120 sacos de cimento.
Estoque máximo
Temos ainda o conceito de estoque máximo. Aqui é calculada a quantidade máxima de um produto que uma empresa pode manter em estoque sem correr o risco de prejuízos.
O cálculo é feito multiplicando o estoque mínimo pela quantidade de produtos que vêm na caixa de reposição. Fórmula:
Estoque máximo = estoque mínimo X caixa de reposição
Exemplo:
- Estoque mínimo: 100 sacos de cimento
- Caixa de Reposição: 15 sacos de cimento
- Estoque máximo = 100 X 15 = 1.500 sacos
O estoque máximo de cimento para loja deve ser de 1.500. Ao atingir essa quantidade, você precisa evitar novas compras até que o estoque seja reduzido, prevenindo excesso de mercadorias.
Prevenção nunca é demais!
Seja qual for o seu estoque, mais importante do que calcular é manter um monitoramento rotineiro, porque as demandas diárias podem mudar conforme altera o comportamento de consumo.
O investimento em sistemas de gestão de estoque é fundamental para otimizar esses processos de reposição de mercadorias. Mas se não der, tudo bem.
Basta recorrer a boa e velha planilha mantendo um controle das vendas e de mix eficiente.
Até a próxima!
- Conteúdo desenvolvido pela Universidade Martins do Varejo – UMV.