Nômades digitais: como adaptar seu hotel para recebê-los

Tempo de Leitura: 6 minutos
nômade digital usando notebook a trabalho

Sumário

Uma das tendências para este ano são os nômades digitais, uma grande oportunidade para o setor hoteleiro. No artigo de hoje, você vai saber como isso é possível e o que fazer para melhor receber esse público.

Para se ter uma ideia da relevância no segmento, o Estado do Rio de Janeiro criou até um selo para eles. O reconhecimento é dado a estabelecimentos que estão adequados para receberem os nômades digitais. Até janeiro deste ano, eram 113 conveniados, dos quais 63 eram hotéis e 16 hostels.

Ainda em janeiro, o Brasil regulamentou o visto temporário e autorização de residência aos nômades digitais estrangeiros. Agora eles podem passar temporadas no país a serviço de empresas estrangeiras com menos burocracia. O visto vale para um ano de residência e pode ser renovado por mais um ano.

Mas o que são nômades digitais?

Como sempre reforçamos por aqui, conheça seu público antes de adotar qualquer tipo de ação. Afinal, esse cuidado vai ajudar sua empresa a tomar decisões melhores e mais efetivas.

Portanto, vamos entender quem são os nômades digitais. Eles têm como principal característica a capacidade de poder trabalhar de qualquer lugar.

Os nômades digitais não são pessoas que simplesmente quer passear ou desestressar. Eles são uma nova categoria de trabalhadores que se ampliou durante a pandemia.

Com o modelo de trabalho híbrido e em home office, milhares de trabalhadores trocaram o escritório fixo pela internet. Ou seja, ao invés de enfrentarem o trânsito e os ambientes restritos das empresas, muitas pessoas passaram a trabalhar remotamente.

Esse cenário teve outro impacto: reduziu as despesas que esse público tinha com deslocamento e alimentação fora de casa. Logo, abriu espaço para viagens e estadias mais longas em locais que gostariam de conhecer ou são mais confortáveis.

Sendo assim, os nômades digitais são clientes que estão no seu hotel em busca de lazer e conforto. Todavia, também precisam trabalhar durante a hospedagem.

Nômades digitais: um mercado de milhões

E quando falamos que se trata de milhares de trabalhadores, não estamos exagerando. Conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), há 15,7 milhões de trabalhadores com potencial de trabalho remoto no Brasil. Esse número corresponde a quase 16,7% dos profissionais com carteira assinada no país.

De acordo com o site Nomad Life, estima-se que o mundo tenha cerca de 1 bilhão de nômades digitais até 2035. Além disso, a consultoria de recursos humanos Robert Half aponta que 48% das empresas preferem o modelo híbrido em 2022.

Outro dado que confirma a tendência foi apresentado neste ano pelo Linkedin. O número de vagas mencionando flexibilidade cresceu 83% na rede desde 2019.

E o impacto disso foi sentido até pelo Airbnb, que é uma plataforma de hospedagem caracterizada por estadias curtas. Conforme a empresa, uma em cada cinco reservas no terceiro trimestre de 2021 foi para ao menos 28 dias. Entre setembro de 2020 e de 2021, as reservas acima de 90 dias alcançaram mais de 100 mil hóspedes.

O que querem os nômades digitais?

Bom, como acabamos de ver, o nômade digital é um trabalhador que não precisa de um lugar fixo para atender clientes ou empresas. Simplificando, basta um computador (ou suas variações) e conexão à internet.

Mas quando o profissional com o privilégio de atuar remotamente decide viajar, ele também busca a opção de lazer. No mínimo, uma rotina diferente da que ele teria em casa. Então, é lógico que os nômades digitais querem bem mais do que um lugar legal para trabalhar.

O que se tem ouvido bastante é a expectativa por novas experiências. Na página Rio Digital Nomads, organizada pela empresa de turismo da cidade do Rio de Janeiro (Riotur), encontramos alguns exemplos.

Em um dos depoimentos existentes na página, um designer italiano relata o que gosta na sua estadia pela cidade. Ele destaca o contato com a natureza e a comida como principais vantagens. Além disso, cita a oportunidade de ter atividade de lazer próximo à hospedagem.

Outra nômade digital, uma executiva de marketing brasileira, aponta a qualidade de vida. Ela diz que se sente mais feliz podendo trabalhar do lugar onde se hospeda e que tem mais contato com a natureza. Mais uma vez, é citada a oportunidade de realizar atividades físicas e de lazer.

Logo, sejam brasileiros ou estrangeiros, os nômades digitais têm pontos em comuns: querem conforto e espaço para relaxar. Então, segue com a gente e descubra como o seu estabelecimento pode se preparar melhor para esse público.

1. Internet Wi-Fi

Se o principal ambiente de trabalho dos nômades digitais está na internet, logicamente é necessário ter uma excelente conexão. Portanto, cheque como está a oferta desse serviço no seu espaço. É possível acessar o Wi-Fi de qualquer lugar?

É bastante comum que esses profissionais precisem de uma conexão que suporte transferência de arquivos pesados, como fotos e vídeos. Além disso, para as reuniões on-line nada melhor do que uma internet de qualidade.

Sendo assim, faça testes e busque boas soluções junto ao provedor. Sabemos que nem sempre será possível oferecer um ambiente 100% conectado. Caso seja a sua realidade, aproveite para divulgar.

Se não for, concentre em ter locais específicos com boa conexão, como quartos e varandas. Também nesse segundo cenário, procure sempre deixar claro para o cliente essas restrições.

Mas, FalaMart, será que não vou espantar o cliente se antecipar que não ofereço internet por todo o hotel? Vamos pensar juntos. O que é melhor: um cliente ciente ou surpreso negativamente?

Lembre-se de que os nômades digitais também estão a trabalho. Quanto mais transparente você for sobre as condições do seu espaço, melhor. Afinal, ele terá condições de se planejar e não perderá a boa experiência por causa de um contratempo.

2. Estrutura

Recepcionista de hotel entregando cartão para nômade digital

Garanta que o quarto tenha, ao menos, uma estrutura mínima com pequena escrivaninha, cadeira e boa iluminação. Por exemplo, você pode investir em mesas retráteis, que podem ser recolhidas contra a parede depois de usadas. Se conseguir estruturas reguláveis, melhor ainda. Afinal, pessoas têm alturas diferentes.

O mesmo cuidado deve ser tomado com as cadeiras. Isso não significa que você precisa investir no mobiliário mais caro. Porém, é importante ter uma atenção especial com a ergonomia e oferecer opções para os clientes.

Como os nômades digitais precisam se concentrar no trabalho em alguns períodos, é importante ter espaços diferentes para essa finalidade. Se ele quiser trabalhar do quarto, esse local precisa estar adequado.

Iluminação é outro ponto que requer atenção. Afinal uma boa luminária de mesa, com luz fria, vai ajudar no foco e concentração.

E procure disponibilizar tomadas e adaptadores. Nada pior do que precisar recarregar uma bateria e não ter onde conectar o carregador.

Ainda há uma tendência que são os espaços de coworking em hotéis. O coworking é um escritório compartilhado. Talvez seja uma boa pensar nesse tipo de estrutura para receber os nômades digitais. Além de ser um apoio para esse público, com certeza será útil para outros tipos de clientes.

E, claro, se precisar de uma ajudinha para mobiliar esses espaços de escritório, conte com a gente. Através do site ou do Aplicativo Martins Online, você compra com facilidade, conta com os melhores parceiros e condições especiais.

3. Pacotes especiais

Nômades digitais costumam passar temporadas nos locais onde se hospedam. É comum também que busquem seu hotel em dias não tão comuns, como o meio da semana. E, se eles gostam do atendimento, divulgam para outros nômades digitais. Para a família também. Por que não?

Assim, pense em ofertas atrativas, que vão além do que você tradicionalmente tem no portfólio. Por exemplo: quais vantagens é possível apresentar ao cliente que ficará um mês no seu hotel?

De repente, essa vantagem nem é um desconto no valor da diária, mas algum benefício. Pode ser a inclusão de um lanche à tarde ou café à disposição. Essa também é uma oportunidade para que você feche parcerias e divulgue produtos locais.

4. Diversão

Nem todo hotel tem vocação para espaços de entretenimento. Mas, ainda que seja esse o seu caso, você pode ajudar os nômades digitais a se divertirem. E apresentamos aqui algumas sugestões.

Você pode criar um roteiro da região onde você está, mapeando as principais atrações de cultura de lazer. Pode incluir um parque, um lago, a praia, museus, casas de shows, barzinhos, agenda de eventos. Há muitas possibilidades.

Também aqui temos espaço para parcerias. O seu hotel pode conseguir voucher para drinks em um estabelecimento ou uma mesa especial em outro. Quem resistiria a tantos mimos?

5. Gestão e tecnologia

Por fim, não esqueça que os nômades digitais são íntimos da tecnologia. Portanto, procure estar atento aos recursos tecnológicos que seu hotel oferece e na eficiência deles.

E aqui não estamos falando que o hotel com aquela cozinha típica de interior deve abandonar o fogão de lenha. De forma alguma. Dá para ser tecnológico sem perder suas características. Afinal, os nômades digitais querem experiências diferentes do dia a dia.

Porém, a tecnologia está na boa conexão de internet e nos canais digitais de atendimento. É também um recurso que vai ajudar seu hotel na administração.

Tanto a gestão financeira quanto a de estoque e pessoas podem ser beneficiadas por softwares. Some-se a isso os controles de hospedagem e reservas.

Além disso, há formas inovadoras de pagamento, como o recém-lançado Pix e os cartões por aproximação.

Logo, hoteleiro, reflita sobre essas possibilidades que escrevemos aqui e mãos à obra. Não tenho dúvidas de que você vai otimizar seu atendimento e conseguir bons resultados atraindo os nômades digitais.

E digo mais: os clientes mais tradicionais também poderão aproveitar todas essas melhorias. Ah! E divulgue. Mostre nas redes sociais as adequações em andamento. Faça seu hotel ser visto por quem interessa e aproveite os resultados.

Aqui, no FalaMart, você vai encontrar vários conteúdos sobre campanhas de marketing e uso das redes sociais. Além disso, temos diversos textos focados no setor hoteleiro, como as tendências para 2022.

Até a próxima!

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