No meio da correria do varejo, entre promoções, organização de gôndolas e atendimento ao cliente, existe uma rotina silenciosa, mas que quando bem executada faz toda a diferença ao lojista: a reposição de produtos.
Pode até parecer uma tarefa simples, mas quem vive o dia a dia de uma loja sabe que o trabalho dos repositores requer muita atenção e planejamento.
Hoje vamos conversar sobre algumas práticas valiosas para uma reposição de produtos eficiente. Vamos juntos entender por que essa rotina não pode ser negligenciada e como colocá-la em prática com máxima eficiência na sua loja.
Um processo logístico importante
Não tem nada pior para o consumidor do que chegar na loja em busca de um produto específico e encontrar a prateleira vazia.
Essa experiência negativa, muitas vezes, leva o cliente a procurar o seu concorrente, sabia? Além de perder a venda, a imagem da loja fica comprometida e o cliente, que ainda não era fiel, pode nem querer passar mais por lá.
Por isso, a reposição de produtos não é apenas uma tarefa operacional: é estratégia pura e um processo fundamental na logística e para os lucros da loja.
Quando bem feita, ela evita rupturas, melhora o giro de estoque, aumenta a lucratividade e, claro, fortalece o relacionamento com o cliente.
A propósito, uma reposição de produtos bem-feita está diretamente relacionada à redução de perdas. Quando você evita vencimentos, organiza melhor o estoque e expõe corretamente os produtos nas gôndolas, está diminuindo riscos de desperdícios, furtos e danos.
Lembre-se: cada detalhe da reposição importa! Sem atenção, esse processo falha e o cliente sente que a loja está desorganizada, mal gerida e sem muita credibilidade.
Reposição de produtos: quando e como fazer
Perceber o momento certo para a reposição de produtos é muito mais simples do que se pensa.
Com uma equipe de repositores e acompanhamento do fluxo de consumidores, é importante montar um cronograma básico por seções, para que as mercadorias sejam repostas ao longo do expediente.
Mas, de uma forma em geral, há três momentos importantes para a reposição de produtos:
- Antes da abertura da loja: ideal para garantir que todas as gôndolas estejam completas e organizadas para receber os clientes.
- Durante o horário de funcionamento: comum em supermercados e farmácias, especialmente para produtos de alto giro. Aqui, o cuidado com a segurança e com a organização é fundamental.
- Após o fechamento da loja: momento ideal para um reabastecimento mais robusto, com menos interferências e mais agilidade.
Mas para que a reposição de produtos seja realmente efetiva, é importante conhecer os 5 principais modelos utilizados no varejo.
1. Reposição contínua
Esse modelo acontece conforme os produtos são vendidos. A equipe acompanha em tempo real o giro e repõe conforme a demanda. Muito comum em lojas com alto volume de vendas e produtos com saída rápida.
2. Reposição periódica
A reposição de produtos periódica é feita em intervalos preestabelecidos, como diariamente ou semanalmente. É eficiente para produtos com demanda mais previsível, e ajuda a otimizar a logística interna da loja.
3. Reposição sob demanda
Acontece quando a equipe percebe que o estoque está abaixo do ideal ou quando a demanda do cliente dispara de forma inesperada. Exige atenção constante e agilidade na tomada de decisão.
4. Reposição por ponto de pedido
Funciona com base em um estoque mínimo. Quando o produto atinge esse ponto crítico, o sistema ou o responsável aciona a compra para reabastecimento. Ideal para evitar excessos e rupturas.
5. Reposição top off
Já a reposição de produtos top off é aquela famosa “completada” nas gôndolas, feita durante o expediente para manter os itens bem expostos. Precisa ser feita com atenção para não atrapalhar a experiência do cliente na loja.
Dicas práticas para uma boa reposição de produtos
Agora que você conhece os tipos, vamos falar das boas práticas que tornam a reposição de produtos uma atividade realmente estratégica para qualquer segmento varejista.
1. Treinamento de equipes
Os repositores são fundamentais para o sucesso da loja. Treiná-los para identificar rupturas, seguir o método FIFO (First In, First Out) e entender a melhor disposição dos produtos faz toda a diferença.
Em um supermercado, um repositor bem treinado consegue perceber rapidamente quando a prateleira de arroz está com espaços vazios, identificar o SKU correspondente no estoque e reabastecer seguindo a lógica de validade.
Ele também sabe que os produtos mais vendidos devem ficar na altura dos olhos para facilitar a escolha do consumidor.
2. Técnica FIFO
Por falar em técnica FIFO, não se esqueça: o primeiro produto que entra deve ser o primeiro a sair. Essa é a regra básica para evitar perdas por vencimento, principalmente com itens perecíveis como alimentos, medicamentos ou produtos de higiene pessoal.
Se você tem uma farmácia e um lote de vitaminas chegou no início do mês, ele deve ser colocado à frente na prateleira, empurrando os lotes mais recentes para trás. Isso garante que os produtos com validade mais próxima saiam primeiro.
3. Giro de produtos
Além disso, a reposição de produtos demanda o uso de relatórios de vendas e ferramentas de gestão para monitorar o desempenho de cada item.
Isso ajuda a entender quais produtos precisam de reposição frequente e quais estão com baixa saída. Neste último caso, vale recorrer a ações promocionais para vender os produtos encalhados no estoque.
4. Estoque organizado
Ah, o estoque… não podemos nos esquecer dele, pois tem tudo a ver com o processo de reposição de produtos. Um estoque desorganizado é prejuízo na certa.
Uma boa organização facilita o acesso aos produtos e acelera a reposição. Por isso, separe os itens por categoria, mantenha etiquetas legíveis e padronize o layout das prateleiras e dos depósitos.
5. Cronograma de reposição
Mais acima, falamos sobre um cronograma de reposição na loja e precisamos reforçar isso. Com base na análise de vendas, estabeleça uma rotina de checagens e abastecimento por setor. Isso evita sobrecarga da equipe, rupturas nas gôndolas e garante fluidez no atendimento ao cliente.
No caso de um hortifrúti, por exemplo, as frutas mais delicadas ou perecíveis precisam ser verificadas diariamente pela manhã. Já itens como batata e cebola podem seguir uma rotina de checagem a cada dois dias.
6. Uso de tecnologias
A tecnologia no varejo está aí para ser usada a nosso favor. Quando o assunto é reposição de produtos, não poderia ser diferente. Softwares de gestão, leitores de código de barras e sistemas de ponto de pedido automatizado podem tornar o processo de reposição de produtos muito mais eficiente e preciso.
Uma loja que utiliza um sistema ERP (Enterprise Resource Planning) com controle de estoque automatizado consegue programar alertas para reposição quando o nível de estoque atinge o mínimo definido. Isso reduz erros humanos e evita que produtos acabem sem aviso prévio.
7. Reposição em datas sazonais
Nas campanhas de Dia dos Namorados, festas juninas, Dia dos Pais ou Black Friday, o fluxo de vendas dispara e o desafio da reposição de produtos também aumenta. Nesse cenário, é essencial contar com um planejamento antecipado com base no histórico de vendas anterior.
Aproveite para aumentar o estoque dos itens com maior saída na época e redobre a atenção nos dias mais movimentados da campanha.
Prepare-se para vender!
A reposição de produtos vai muito além de simplesmente preencher prateleiras vazias. Quando feita com planejamento, técnica e o apoio da tecnologia, ela se torna uma ferramenta poderosa para evitar perdas e melhorar a experiência do consumidor.
Investir em boas práticas e acompanhar de perto o comportamento de consumo vai fazer toda a diferença para o seu negócio. Afinal, gôndola cheia e organizada é sinal de loja preparada para vender mais.
Boas vendas e até a próxima!
- Conteúdo desenvolvido pela Universidade Martins do Varejo – UMV.




